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quinta-feira, 9 de abril de 2020

run away

Eu não sei o que se passa na minha cabeça na maior parte do tempo, eu estou sempre sonhando com coisas impossíveis, como pegar o ar com as minhas próprias mãos. Estou delirando? Não quero que o mundo real faça sentido pra mim, o que é fazer sentido, afinal? Durante tantos anos, minha mente se esqueceu do que me fazia sofrer, só para que eu pudesse lembrar quando não podia suportar. Será que isso faz sentido agora? Se eu fechar os olhos e ouvir a melodia melancólica, eu ainda posso sentir a dor de saber, como dói. É o inferno dentro do meu corpo. Se eu ao menos pudesse encontrar um jeito de não sentir, de não ser, de não saber; talvez eu fosse capaz de encontrar algo que não o vazio e a destruição. Eu rio e no segundo seguinte, estou segurando o choro, é a isso que chamam de inconstante? ou eu apenas estou fingindo o tempo todo? Se as câmeras me pegassem, todos veriam que eu pareço estar tendo o tempo da minha vida, quando na verdade, não há ninguém ao meu redor. Apenas eu e minha mente doentia. Vocês se esconderam em um lugar inalcançável, mesmo se eu encontrá-los, eu não poderia tocá-los. Vocês se elevaram além de mim, nem se eu pudesse voar. Veem o que fizeram comigo? Eu conto as nossas histórias como se não me afetassem mais. Acho que me tornei entorpecida com tudo o que já senti, que às vezes não sinto nada. Quando olham para os meus lábios enquanto eu falo, eu penso que querem me beijar. Os lábios vermelhos que eu tanto amo. Será que alguém seria capaz de amar também?

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