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domingo, 2 de setembro de 2018

Dilema

Domingos são sempre preguiçosos pra mim, eu nunca sei o que fazer. É como se eu vivesse o mesmo dia todas as semanas, com as mesmas sensações. Pela primeira vez em um bom tempo, eu fiquei fora do mundo virtual por algumas horas, e no ócio, comecei a remexer em umas fotos antigas que eu tenho. Não tão antigas, talvez um ano, um ano e meio atrás, mas acontece que eu me achei tão diferente que por pouco não acreditei que aquela pessoa que eu olhava era eu. Minhas bochechas estavam mais gordinhas e meu cabelo mais curto, eu tinha um olhar muito mais cansado e triste que agora. Sim, eu mudei muito de lá pra cá, e eu me sinto tão feliz com essa mudança que nem sequer consigo expressar em palavras. Mas o que mais me assustou foi o pensamento que eu tive, eu comecei a pensar na forma como você me via, em como você ainda me vê. Foram suas palavras, não minhas. Você disse que esteve disponível pra mim por muito tempo. Você disse: "muito tempo mesmo". E eu só queria saber por quê, como, quando isso aconteceu. Queria que você me dissesse o por quê você me esperou, o que você viu em mim, como eu parecia pra você. Em algum momento, eu te contei que você me conheceu no pior momento da minha vida, e eu não menti, juro que não. Eu estava tão deprimida, sofrendo tanto. Eu mal conseguia murmurar duas palavras sem sentir vontade de chorar, tão frágil que eu estava. Mas nada disso importa agora, certo? Mesmo que saibamos as respostas das  nossas dúvidas nada vai mudar. Eu só senti vontade de escrever porque o vento estava soprando forte dentro do meu quarto e estava escurecendo, o céu estava em um tom de azul lindo demais e estava tocando a música que me faz lembrar você. A você de agora, que eu quase não reconheço mais, mas enfim. Essas mudanças que nós não sentimos, que acontece porque o ano vira, porque nos machucam, porque crescemos, porque aprendemos a ir a praia num sábado a tarde, mesmo cansadas, apenas para ver o pôr do sol... São essas mudanças que nos tornam irreconheciveis uma para a outra, mas novamente, isso não importa agora. Não mais. Não pra nós duas.

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